quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Fernando Morais

No dia 17, às sete da noite, Fernando Morais fez uma "noite de autógrafos" do seu recém-lançado livro "O Mago", biografia do escritor Paulo Coelho. O evento foi realizado no anfiteatro do colégio Academia de Comércio, em Juiz de Fora. Foi 1 oportunidade que não quis perder: tentar 1 sonorinha pelo menos, ou trocar 1 idéia com esse cara, que escreve muito.

Quinze minutos antes de começar, eis que ele senta na fileira atrás de onde estava sentado. Não resisti e sentei perto dele, ao lado de Toninho Buda, que trouxe o hôme pra cá. Cumprimentei os ilustres. Toninho ajudou na criação da Sociedade Alternativa, juntamente com Paulo Coelho e Raul Seixas. "Aproveita enquanto ele tá aqui ainda", me disse, apontando pro Fernando Morais.
Ele, de boné, barba por fazer e, claro, curtindo o seu charuto.

"Quem nasce em Mariana é o que, Fernando?" (a 'entrevista' começa aqui)
Gaveteiro. E marianense também (risos). Sabe aquelas mesas enormes que possuem uma gaveta em baixo? Pois é, la tem muito disso. A visita bate na porta e a gente esconde a comida toda (risos).

"Mas que frio faz essa cidade, hem..." (perguntou Fernando). Pois é, respondi. É brincadeira..Em Juiz de Fora faz-se as quatro estações do ano em um dia! É frio, depois esquenta, vem a chuva, depois um vento gelado...

E começou a "conversa" com o público. Mais ou menos 70 pessoas foram ao evento. Ele agradeceu a presença de todos, num dia que estava bom para assistir TV, comendo uma pipoca.
Toninho Buda fez algumas perguntas sobre o livro para o jornalista. A primeira foi o porquê que escreveu sobre Paulo Coelho. Fernando respondeu que tinha muita curiosidade em conhecer esse brasileiro, um escritor vivo publicado no mundo inteiro." Publicou mais que Shakespare. E é brasileiro", ressaltou Fernando. O biógrafo disse que queria fazer uma biografia de Hugo Chavèz, já que tem uma relação muito próxima. Mas, outro jornalista brasileiro chegou primeiro que ele, o Bob Fernandes.

"Me sugeriram pra fazer sobre a Xuxa. É...ela parece que nunca envelhece (risos). Acho que desde que eu assisto TV ela tá do mesmo jeito.. um mulherão!" (mais risos)

Outra pergunta que Fernando respondeu foi sobre o outro nome que o livro iria receber: “O sobrevivente”. Fernando respondeu que o livro teria esse nome porque Paulo Coelho sobreviveu a tentativas de suicídio e overdose. Disse que o escritor também se submeteu a tratamentos horríveis em hospícios (só assistir ao filme "Bicho de sete cabeças que se tem uma idéia) e que sofreu torturas nas prisões durante o regime militar.

Mas, Fernando Morais achou O Sobrevivente muito longo e difícil de ser memorizado pelo leitor. Então, o autor deu o nome de O Mago. O título faz referência ao primeiro livro de Paulo Coelho, Diário de um Mago, que conta a história de Paulo quando percorreu o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.

Toninho Buda perguntou a Fernando Morais qual a maior lição que O Mago deixa como legado. Fernando disse que Paulo Coelho foi um homem íntegro e corajoso de revelar as canalhices que fez na vida. O biógrafo diz que se surpreendeu com Paulo, que relatou sua vida a um desconhecido.

Depois abriu-se para perguntas. Perguntei que, como ele gosta de trabalhar com vários projetos ao mesmo tempo, se outra biografia estava sendo escrita. Ele disse que não.

Qual será seu próximo trabalho, Fernando?
"Primeiro vou andar de motocicleta, descansar. Depois, 15 dias de volta, retorno com tudo. Penso muito em escrever sobre Getúlio Vargas, um dos maiores personagens da História brasileira. Também gostaria de fazer sobre República de Princesa, um município da Paraíba que decretou sua independência do Brasil na década de mil novecentos e trinta."

O público fez outras perguntas..mas agora é tarde e amanhã tenho o "mergulhão". Depois coloco o restante da entrevista e o que aconteceu nela (um cara atrapalhou muito o evento).

PS: se eu conseguir, colocarei fotos aqui. Também vou colocar o áudio no youtube (se for permitido, claro).

Obrigado por lerem!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Grito dos excluídos

No próximo domingo, acontece o Grito dos Excluídos. No "dia da independência" do país, os excluídos da sociedade - os que não tem uma vida digna, como moradores de rua - ganham espaço na mídia e todos (e todas) são convidados a refletir políticas públicas para esses setores na sociedade.

O Grito acontece em toda a América Latina. Mobiliza movmentos sociais e igrejas. Há onze anos é realizado. É... pouca coisa mudou. Não sei se por falta de iniciativa do poder público (que sempre ouve reivindicações para melhoria nas políticas públicas) ou pela insistência dos excluídos e viverem assim. Não sejamos hipócritas: há pessoas que, de fato, preferem viver na rua, sem trabalho, sem se esforçar para conseguir o seu pão de cada dia. Preferem ser medíocres. Cada um tem a sua opção (vivemos num regime demo-crático)...

Toda essa introdução serviu preu me relembrar do Grito dos Excluídos de 2004 que aconteceu em Monte Sião. No clima de incerteza, era ano de eleições municipais. A Pastoral da Juventude (da qual eu participava na época) fez um movimento pelo voto consciente. Repercutiu na mídia local (e, claro, mais pelo boca a boca). Todo mundo só falava nisso até o Natal (quando a pauta muda para a elaboração de modelos de peças de tricô pra alta estação).

É, a realidade da cidade mudou. Nova administração, novas lideranças políticas surgiram... Espero que o melhor esteja reservado para esta cidade que tanto sofreu com o não-investimento em educação, saúde e lazer na sua Belle époque dos anos 80.

Hoje sei porque tantas pessoas saem da cidade pra estudar, em busca de um futuro melhor.