sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Brasil ou Oz



De acordo com o dicionário Aurélio, greve significa: “recusa, resultante de acordo, de operários, estudantes, funcionários, etc., a trabalhar ou a comparecer onde o dever os chama até que sejam atendidos em certas reivindicações”. O homem, dignificado pelo trabalho, desfigura-se dessa aura e entra de férias. Enquanto isso, serviços de que a população necessita nas áreas de saúde, educação e segurança, por exemplo, ficam comprometidos.
Ontem, dia 23, chegou ao fim a greve dos servidores da saúde em Alagoas: seus salários vão aumentar, depois de 87 dias sem atender a população. Imagino a agonia que essas pessoas passaram nas filas, esperando uma reduzida equipe médica assisti-las, já que, estas não têm condições de pagar por uma consulta médica.
Hoje, faz 89 dias que os servidores da UFJF estão em greve. E os estudantes que se virem para conseguirem livros, gastarem mais dinheiro com almoço e realizarem suas atividades. Das duas, uma: ou aumentam a mesada recebida ou... começam a trabalhar.
É impressionante notar que os grevistas e o governo não se importam com quem necessita de seus serviços. Enquanto alguns sofrem com a falta destes, outros estão descansando em suas casas e outros (poucos) lutam realmente para que suas reivindicações sejam atendidas.
Na peça de teatro “Erguei as Mãos”, apresentada pelo Grupo Divulgação no trimestre passado, os personagens Artur e Emília condenavam a forma com que pessoas exploravam a fé (e o bolso) dos outros. No fim da peça, eles fundam uma igreja e conseguem se enriquecer. O capitalismo permite que o dinheiro transgrida a Ética e faz com que o homem alicerce seus valores em coisas passageiras, os bens de consumo. Salvar vidas ou contribuir com o crescimento do país através de uma educação de qualidade – bens supremos – já não importa mais.
Provavelmente, os Homens de Lata estão esperando que algum Mágico lhes dê um coração para que sintam, pelo menos, compaixão. Os Espantalhos do Congresso só lhes podem oferecer grana. Aos prejudicados pela greve restam esperar que o tal Mágico volte voando num balão ou, então, fazer como Dorothy: unir os amigos (até mesmo Glinda) e achar a solução
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quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Revolução dos tempos?

O título me veio de sopetão - acho que não tem a ver com a reflexão começada.
Mas...é engraçado: nossos pais (pelo menos os meus) nasceram numa época marcada por uma dialética de valores (déc 60) e...Parecem que não entendem.

Não entendem que, hoje, vivem nesta sociedade do espetáculo: às vezes incorporamos um personagem em determinados eventos, lugares...
Mas, noutro dia, cá estamos, vivinhos da "Filva": ora! the life goes on mes amìs, sil vous plait!

E ainda reclamam de "perda de identidade?" Fultz...

Há um livro muito bom, chamado "Técnicas de Persuasão", de JAC Brown no qual ele diz (citando, claro, idéias de cientistas sociais e psicanalistas) que o ser humano vai adquirindo novos hábitos na medida em que interage com outros grupos sociais. Mas, os ensinamentos por ele aprendidos nos primeiros anos de vida permanecem enraigados em sua consciência
.

O foda é que há pessoas que não acreditam...

Cito, então, Ricardo Reis:

Coroai-me de rosas,

Coroai-me em verdade,

De rosas —

Rosas que se apagam

Em fronte a apagar-se

Tão cedo!

Coroai-me de rosas

E de folhas breves.

E basta.

E termino com Carpe Diem!! Ah!... basta (o bastnte de me bastar!)

Marcelo Martins, em: Anáfase! (mt boa essa)