sábado, 23 de agosto de 2008

O povo

Fui cobrir a instauração da Comissão de Ética para apurar as denúncias contra o vereador Vicentão, ex-presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora. (http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_3/2008/07/16/em_noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=71806/em_noticia_interna.shtml)
Foi um espetáculo de muita gritaria e confusão. Confusão devido à briga que ocorreu entre os partidários do vereador e do movimento "Fora Vicentão". http://www.radiosolar.com.br/noticias.php?news=2177

Na sessão da Câmara, havia uma senhora (Dona Maria, como a chamou os vereadores Bruno Siqueira e Francisco Canalli) que ficava gritando toda hora. Com umas cicatrizes no rosto sofrido, de quem trabalha bastante, obesa, roupa simples e sacolas do Bahamas na mão. Eu ficava observando...

E pensei: é essa a legítima representante de uma camada social que não entende o funcionamento de um sistema democrático. Não teve oportunidade de aprender que, numa democracia, é preciso que um grupo social se reúna com seus ideais e propostas, e reivindicar ao poder.

Coisa que também, no Brasil, quando o assunto é governo federal, não acontece. A distância da maior concentração de pessoas no país/área (região sudeste) e a falta de organização dos movimentos impede que isto aconteça.

Dona Maria berrava ao plenário que trabalhara por mais de 30 anos, ganhando seu dinheirinho honesto. Que Juiz de Fora só tem político ladrão. "E quem não róba nessa politicage do Brasil?", gritou, seguido de risadas do plenário. O vereador Bruno Siqueira pediu ao presidente da Casa, Francisco Canalli, para que pedisse à senhora que ficasse quieta.

Écomo acontece no Brasil. Certas vezes, o povo não sabe como protestar, grita alto nas ruas e ainda é calado. E tem que suportar corrupção e aumento de salários desnecessários em Brasília.

Um comentário:

Laila Hallack disse...

eu conheço ela!! ela sempre vai em audiencias na camara :DD

muito bom seu texto, muito bom mesmo!!!!